O ERP evoluiu e o seu, CIO?

 

O ERP evoluiu e o seu, CIO?

A natureza evolutiva do ERP oferece oportunidades sem precedentes para transformação e melhorias na eficiência. Os ganhos somente serão alcançados se os CIOs também estiverem preparados e abertos com novas expectativas, estratégias, tecnologias e habilidades apropriadas para o futuro digital.

 

No ensaio intitulado “Por que um ERP em nuvem pode ajudar a gestão do seu negócio e ser um diferencial na sua Transformação Digital” discutimos e concluímos – desde 2017 – que o ERP está evoluindo para uma aplicação corporativa que pode ser complementada por um ecossistema de aplicações especialistas que, integrados – de verdade – formarão uma plataforma de aplicações para disponibilizar informações para tomada de decisão. O Gartner refere-se a essa nova era do ERP como “Recursos de Negócios Corporativos” (EBC – Enterprise Business Capabilities).

 

Historicamente, desde a década de 80, o MRP (Material Requirements Planning) evoluiu para o ERP e, agora, para a EBC. O EBC é e será um pacote de ERP composto por uma plataforma unificada que facilitará a rápida integração e adoção de novas aplicações e funcionalidades.

 

Isto representará uma mudança total de paradigma de como tratamos os ERPs, por exemplo, a inteligência artificial (IA) e o aprendizado de máquina (ML) agora farão parte dos ERP mais alinhados com a era digital e de informação. Grandes ganhos em produtividade e agilidade serão possibilitados por tecnologias emergentes (como AI / ML), melhoria contínua de processos e uma mudança para um sistema adaptável mais flexível. No entanto, a transformação só será realizada se as organizações reconhecerem e se prepararem para os desafios que esses novos métodos de operação exigem.

 

Outra mudança percebida será o tempo de implantação, os ciclos de implantação do Cloud ERP deverão oferecer a adoção de inovações que permitirão ser disponibilizados de forma mais ágil, o que permitirá observar um valor tangível e precificável da plataforma através de volume de serviços e não mais licenciamento. Mas para que isto ocorra a lição de casa deve ser feita, tanto na governança e competências de TI quanto no redesenho de ponta-a-ponta dos processos organizacionais, buscando a redução de complexidade e a eliminação dos vícios gerenciais, a famosa “síndrome de Gabriela”.

 

Por experiência prática, essas tendências e mudanças tecnológicas têm ajudado alguns de nossos clientes a entender como o ERP realmente passará – se corretamente implantado – a representar um papel chave na automação e integração dos processos e como a arquitetura tecnológica evoluirá dentro das organizações, a exemplo do que já vem acontecendo em outros países em que os gestores a muito compreenderam que empresas são processos, a tecnologia o motor da eficiência e as pessoas o motor da inovação.

 

Algumas dicas e visões de como a arquitetura de TI e os processos organizacionais evoluirão seguindo este caminho:

 

  • Entenda se a visão estratégia da organização se adequará à esta nova Era de Transformação e ajuste seu modelo de governança de infraestrutura e a estratégia atual do uso do ERP para evoluir e utilizar o ecossistema e á plataformas inovadoras e integradas das novas tecnologias digitais, permitindo a rápida adoção de novos recursos.

 

  • Prepare-se para o ritmo acelerado de atualizações e novos recursos que os ERPs fornecerão, entenda qual solução integrará toda a sua cadeia de valor de forma ágil, flexível e padronizada – sem customizações.

 

  • Incorpore e considere no redesenho de seus processos os recursos inerentes de inteligência e automação fornecidos nativamente com os aplicativos providos, preferencialmente pelos ERPs.

 

  • Desenvolva novos talentos e habilidades para a implementação, gerenciamento e operação dessas novas soluções de ERP, comece a formar as competências do profissional do futuro da TI: integrador, analítico, focado no cliente e foco em redução dos custos operacionais indiretos.

 

  • O suporte de manutenção ao ERP vai morrer como função dentro da TI, a integração ponto a ponto permitirá a adoção de plataforma como serviço (PaaS) e a plataforma de integração como serviço (iPaaS). Isso permitirá que os provedores ofereçam recursos técnicos, propostas comerciais sob demanda e gestão administrativa padronizada para uma plataforma de ERP parametrizada para sua organização ou compartilhada.

 

  • As novas e mais modernas plataformas entregues pelo ERP terão certas características que ajudarão na sua decisão de seleção ou migração para um fornecedor / solução de plataforma ERP que possa disponibilizar recursos com eficiência e agilidade, conforme a necessidade e demanda de seu negócio:

 

  1. Serão um sistema abrangente – tendo como sua base de fluxo operacional as melhores práticas aprendidas e desenvolvidas durante os mais de 40 anos de aprendizado com o mercado que serão parametrizados com linguagem de desenvolvimento de código baixo / nenhum código, com APIs ou webservices também intuitivos para integração simplificada e automação de processos com o objetivo de oferecer suporte à extensão e integração do ERP principal e / ou a outras aplicações corporativas, como se fossem uma única plataforma integrada. A capacidade de “plug and play” dos aplicativos proporcionará maior oportunidade de atingir o valor exigido do processo de ponta a ponta.
  2. A Integração a várias aplicações e aplicativos – isto mesmo, muitas das aplicações do novo ERP deverá ter mobilidade e acessos através de tablets ou smartphones – deverão ser simples e poderão ser executados em várias plataformas na nuvem, entregues por vários fornecedores, apesar dos processos e arquiteturas de dados cada vez mais variados. Os recursos de integração incluirão montagem e orquestração e serão de responsabilidade dos provedores de infra e soluções. Este será um grande diferencial e talvez até um item de sobrevivência para este tipo de solução – os fornecedores de ERP terão que mostrar valor nos conectores configuráveis ​​pelo cliente que permitem a orquestração de aplicativos, dados e processos, e não apenas na tecnologia de integração.
  3. Os fornecedores de plataforma ERP precisarão fornecer ambientes de “modelagem” sob demanda, em vez de fornecer as atuais propostas de customização – que podem entrar em operação de uma semana a um mês.
  4. Conecte-se facilmente a outros aplicativos, apesar dos processos e arquiteturas de dados cada vez mais variados, o modelo NoSQL já está sendo utilizada para facilitar e viabilizar esta interoperabilidade. Por exemplo, embora as organizações utilizem ferramentas para integração fornecidas por seus fornecedores de ERP, essas não são as únicas ferramentas utilizadas. As organizações também estão abertas a usar os recursos fornecidos pelos provedores de iPaaS.
  5. Você poderá personalizar e ampliar as funcionalidades não padrão, permitindo que os clientes tenham uma melhor experiencia e controle do processo através da integração de ferramentas modernas de BPMS com funcionalidades de workflows, alertas, assinaturas digitais, leituras de documentos sendo parametrizadas com código zero, modeladas pela demanda do processo e disponibilizados em horas. Estas ferramentas podem ser disponibilizadas aos usuários finais para que eles mesmos desenvolvam aplicativos específicos, oferecendo plataformas de baixo ou nenhum código.
  6. O tempo da Industria 4.0 está chegando, e agora mais acelerado. Processos de produção padrão para backoffice (administrativo e financeiro), fabricação discreta e repetitiva estão prontamente disponíveis na maioria dos fornecedores de ERP e em nuvem, mas em setores específicos ou verticais que exigem soluções ou processos específicos como o MES (Manufacturing Execution Systems) abre-se a porta para a expansão da Internet das Coisas. Por exemplo, empresas de petróleo e gás podem selecionar soluções específicas para gerenciar subprodutos ou materiais perigosos através de sensores. As empresas farmacêuticas ou de ciências da vida podem necessitar de interfaces específicas para aplicações de laboratório e estudos clínicos. Ainda há um oceano de oportunidades de automação, medição e rastreabilidade nas cadeias de logística e suprimentos. E aí entra a indústria 4.0, esse tem sido sua maior promessa e potencial – a capacidade de integração e interoperabilidade com diversos hardwares – antes , para muitos impeditivos pelo seus custos, mas agora com a necessidade de desenvolvimento de novas formas de controle e monitoramento – prevê-se que muitos produtos e equipamentos já deverão vir de fábrica com o dispositivo ou chip desta tecnologia embutido, conforme provê Hitachi, Nokia, Samsung, Siemens, BOSCH, Cisco, Intel, SAP , Oracle, Microsoft, Amazon, OMRON, IBM, Dell e outros fornecedores deste tipo de tecnologia.
  7. Opções simplificadas de contrato e pagamento devem ser considerados, é a hora do blockchain e integração de pagamentos e mudança da forma de contatação de fornecedores, é a hora também, das parcerias de negócio: os provedores podem reduzir a complexidade do pagamento combinando e simplificando as operações, detalhando o consumo e recebendo pela demanda, este modelo de contratação e precificação incentivarão as empresas de todos os portes a comprar mais serviços, pois podem projetar os custos com mais precisão de acordo com os relatórios de consumo de demanda.
  8. Relatórios e análises: os fornecedores estão competindo para fornecer as melhores plataformas de business intelligence (BI) e análises. No entanto, cada vez mais, os melhores e / ou dados mais relevantes virão de várias fontes internas e externas. Os usuários finais precisarão ter a capacidade de analisar dados quase em tempo real, sem a latência dos processos de extração, transformação e carregamento (ETL) exigidos pelos data warehouses. A integração das soluções será a chave para a coleta de dados transacionais, volumétricos e comerciais

 

A Lição de Casa

A tecnologia ideal não existe e não cai do céu, a aquisição de uma dezena ou até centena de sistemas será considerado incompetência a partir de agora, porque será impossível gerar informação – como já é hoje – em tempo real para tomada de decisão. È necessário algumas ações iniciais, antes da decisão de escolha de sua futura plataforma digital:

 

  • Identifique processos de negócios personalizados que devem ser substituídos por processos de negócios padronizados – ou personalizações que podem ser substituídas por recursos adquiridos.
  • Adote agressivamente aprimoramentos para simplificar e integrar os processos de negócios e desencorajar as personalizações tipo “Gabriela”.
  • Envolva os líderes empresariais para transformar a maneira como a organização pensa o ERP. O ERP deve ser considerado um ambiente flexível que permite mais aplicativos plug-and-play. Já não deve ser considerado apenas um bloco estático de processos. Selecione um fornecedor de ERP de plataforma que possa alternar recursos, com agilidade, conforme necessário.
  • Não se esqueça dos aspectos “pessoas” e “processos” da inovação. A adoção da tecnologia deve abordar a liderança em mudanças organizacionais de longo prazo, patrocínio executivo forte e visível, governança eficaz, integração e gerenciamento de dados, informação e segurança.
  • Estabeleça um modelo de governança de implantação ágil para monitorar ativamente os roteiros de produtos dos vários fornecedores de recursos agregados. Sua nova função é controle do ambiente digital.
  • Trabalhe com especialistas em processos de negócios para definir as fontes de dados necessárias para produzir simulações de negócios eficazes. Hoje ferramentas de PROCESS MINING e BPMS simulam as fugas, os gargalos, as exceções e as variabilidades do processo, utilizem essas ferramentas como agregador de valor à sua função de controle.
  • Tenha um BIG DATA de verdade, não adianta ter um repositório se ele não fornece as informações que preciso no tempo que o mercado exige, ou que eu possa me adiantar através de tendências e simulações se os dados estão sempre desatualizados, duplicados, replicados e diferentes. Isto é custo, retrabalho e declaração de ineficiência.

 

Esse é o futuro da EBC na TI do Futuro: acesso e experiência unificados, é a capacidade de adquirir processos de negócios como um serviço. Os usuários não se importam com quais sistemas de back-end suportam suas necessidades de ERP (sejam integrações centradas no fornecedor ou com vários fornecedores). Os fornecedores de soluções e infraestrutura devem tratar a complexidade e cada vez mais evoluir suas soluções para fornecer simplicidade para avaliação e implantação rápida de novos recursos, seja para sua empresa, seja para muitas empresas.

 

 

por Carlos Magalhães – Xcellence & Co.
carlos.magalhaes@xcellence.com.br

 

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