Mudando como pensamos a mudança – Parte 1

 

Hoje, um dos grandes desafios para os líderes empresariais é saber quando manter o rumo atual e quando mudar de direção. Há conselhos, palpites, gurus, assessores, consultores conflitantes. Milhares de artigos já foram publicados sobre o assunto de gerenciamento de mudança em liderança, mas muitos também enfocaram os papéis-chave de persistência, determinação e comprometimento – ou seja, NÃO mudar – como segredo de superação de desafios.

 

É, mas a mudança pode ser inevitável, inclusive, pode ser difícil para muitos líderes de negócios identificar e aceitar a natureza, a escala e o momento apropriado para a mudança considerando o contexto específico de sua empresa no tempo espaço contínuo de transformação do mercado. À medida que os ambientes operacionais se tornam mais dinâmicos, tanto os benefícios quanto os riscos identificados pela preeminência de mudança também se modificam e aumentam.

 

A mudança pode envolver magnitudeatividade ou direção, e o primeiro passo em direção a uma visão mais clara sobre suas consequências e impactos é entender qual destas três formas de mudança devem ser consideradas.

 

Entendendo melhor: as empresas que hoje são vistas por suas estratégias de negócios terem sido falhas ou não terem acompanhado o caminho que o mercado seguiria: Kodak, Nokia, Xerox, BlackBerry, Blockbuster, são culpadas em acreditar que uma mudança de magnitude seria suficiente em vez de uma mudança de atividade, como a adoção de novas tecnologias ou canais de distribuição, ou uma mudança de direção, como a saída de certos negócios.

 

Em contrapartida, compare esses exemplos com empresas cuja visão levaram a mudanças arriscadas de direção quando seu contexto exigia mudanças de atividade ou magnitude: pense na transição da Netflix de um negócio de DVD por correio para um serviço de streaming; Adobe e Microsoft mudando de modelos de vendas de software para negócios de assinatura mensal; e a Amazon se expandindo para o varejo físico com a aquisição da Whole Foods e o lançamento do Amazon Go – imagina como foi a reunião para estas “inovações” dentro destas empresas – deve ter sido bem light…

 

Para confundir ainda mais a situação para os tomadores de decisão, há uma relação mal definida entre inovação e mudança. A maioria dos comentários dos gurus se concentra em uma forma específica de inovação: inovação disruptiva , na qual o funcionamento de toda uma indústria é alterado por meio do uso de tecnologias de próxima geração ou de uma nova combinação de tecnologias existentes. Pois é, e quem vai integrar essa disrupção toda para que essa inovação realmente funcione? Quando vai funcionar? Quanto vai custar?

 

No mundo real, a forma mais comum de inovação anunciada por empresas privadas ou públicas (que possuem capital para investimento menos disponível) são as iniciativas de transformação digital destinadas a melhorar a execução da estratégia existente com a substituição de processos burocráticos e manuais e analógicos por integrados e digitais. Na melhor das hipóteses, são mudanças de magnitude.

 

Na verdade, é bem raro uma empresa utilizar a digitalização como uma oportunidade para uma reinvenção fundamental de seus negócios, mas sim da eficiência de seus processos.

 

por Carlos Magalhães – Xcellence & Co.

carlos.magalhaes@xcellence.com.br

 

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